Um lamento sobre a ancestral luta pela dignidade e valorização da Vida Animal, iniciada há muitos séculos, mas que, no final da primeira década do terceiro milénio continua – neste pobre País – ainda longe do «final mais feliz».
Vespasiano, soldado romano que chegou a imperador em 69 D.C. ordenou a construção, três anos depois, do Coliseu de Roma, obra grandiosa e tocante mesmo para quem ainda hoje visita as suas ruínas. Era o divertimento supremo do povo de Roma – capital de um império que marcou de forma indelével o Mundo como ainda hoje o conhecemos – afluindo a esse espaço, com capacidade para mais de 50 mil espectadores, para ver os gladiadores – nome pomposo para escravos, criminosos e prisioneiros de guerra – lutarem pelas suas vidas.
Quatro séculos – e muitos milhares de mortes – mais tarde, chegou a proibição da luta de gladiadores no majestoso colosso arquitectónico, entretendo-se os cidadãos de Roma com lutas entre animais selvagens trazidos das diferentes latitudes do seu, então, vasto império.
A evolução do pensamento romano ditou que, no ano 532, os seus habitantes deixassem de assistir a esses combates entre animais, caindo o Coliseu num progressivo esquecimento e, consequente degradação, servindo inclusive, como pedreira para a construção de igrejas católicas e outros edifícios numa cidade em constante mutação.
Em Portugal, nenhum Coliseu foi construído durante a ocupação romana, mas nem por isso deixamos de ter um passado sangrento na glorificação da dor animal como divertimento.
Ainda hoje, no momento em que nos consideramos modernos, a barbárie ainda não terminou, nem foi alcançada a paridade social e intelectual com os diferentes povos europeus, na medida que, ao contrário da tendência nos outros povos europeus, alguns portugueses continuam – escudando-se no argumento de ser uma “tradição” – a trazer a vergonha ao País. Seja em tentativas de recordes do “Guiness” em largadas de touros, ou nos milhões de Euros gastos em recuperações de “Campos Enormes” de dor animal, espaços cuja génese é em tudo semelhante à do Coliseu romano, pois o material que cobre o piso das arenas das praças de touros continua a ser o mesmo outrora utilizado no edifício erguido há quase 2.000 anos pelas ordens de Vespasiano. Apesar de todos os avanços tecnológicos, a areia continua a ser a forma mais rápida de esconder o sangue caído no solo e nas mãos de quem defende o seu derramamento…
Quando seremos verdadeiramente modernos?
Este é um excerto do texto, que inclui algumas adaptações, escrito para uma das edições de «O Zoófilo», que tinha como título «Ontem e hoje como sempre».
Quatro séculos – e muitos milhares de mortes – mais tarde, chegou a proibição da luta de gladiadores no majestoso colosso arquitectónico, entretendo-se os cidadãos de Roma com lutas entre animais selvagens trazidos das diferentes latitudes do seu, então, vasto império.
A evolução do pensamento romano ditou que, no ano 532, os seus habitantes deixassem de assistir a esses combates entre animais, caindo o Coliseu num progressivo esquecimento e, consequente degradação, servindo inclusive, como pedreira para a construção de igrejas católicas e outros edifícios numa cidade em constante mutação.
Em Portugal, nenhum Coliseu foi construído durante a ocupação romana, mas nem por isso deixamos de ter um passado sangrento na glorificação da dor animal como divertimento.
Ainda hoje, no momento em que nos consideramos modernos, a barbárie ainda não terminou, nem foi alcançada a paridade social e intelectual com os diferentes povos europeus, na medida que, ao contrário da tendência nos outros povos europeus, alguns portugueses continuam – escudando-se no argumento de ser uma “tradição” – a trazer a vergonha ao País. Seja em tentativas de recordes do “Guiness” em largadas de touros, ou nos milhões de Euros gastos em recuperações de “Campos Enormes” de dor animal, espaços cuja génese é em tudo semelhante à do Coliseu romano, pois o material que cobre o piso das arenas das praças de touros continua a ser o mesmo outrora utilizado no edifício erguido há quase 2.000 anos pelas ordens de Vespasiano. Apesar de todos os avanços tecnológicos, a areia continua a ser a forma mais rápida de esconder o sangue caído no solo e nas mãos de quem defende o seu derramamento…
Quando seremos verdadeiramente modernos?
Este é um excerto do texto, que inclui algumas adaptações, escrito para uma das edições de «O Zoófilo», que tinha como título «Ontem e hoje como sempre».
Jorge Vicente, jornalista e sócio n.º4 da UPPA
O teu blog continua a ser um exemplo da verdadeira paixão pelos animais.. =D
ResponderEliminarObrigada pela visita... apesar de ter menos tempo, tento manter o blog actualizado e útil! bjinhos
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