quarta-feira, 5 de maio de 2010

Quando seremos modernos?

Um lamento sobre a ancestral luta pela dignidade e valorização da Vida Animal, iniciada há muitos séculos, mas que, no final da primeira década do terceiro milénio continua – neste pobre País – ainda longe do «final mais feliz». 
Vespasiano, soldado romano que chegou a imperador em 69 D.C. ordenou a construção, três anos depois, do Coliseu de Roma, obra grandiosa e tocante mesmo para quem ainda hoje visita as suas ruínas. Era o divertimento supremo do povo de Roma – capital de um império que marcou de forma indelével o Mundo como ainda hoje o conhecemos – afluindo a esse espaço, com capacidade para mais de 50 mil espectadores, para ver os gladiadores – nome pomposo para escravos, criminosos e prisioneiros de guerra – lutarem pelas suas vidas.
Quatro séculos – e muitos milhares de mortes – mais tarde, chegou a proibição da luta de gladiadores no majestoso colosso arquitectónico, entretendo-se os cidadãos de Roma com lutas entre animais selvagens trazidos das diferentes latitudes do seu, então, vasto império.
A evolução do pensamento romano ditou que, no ano 532, os seus habitantes deixassem de assistir a esses combates entre animais, caindo o Coliseu num progressivo esquecimento e, consequente degradação, servindo inclusive, como pedreira para a construção de igrejas católicas e outros edifícios numa cidade em constante mutação.
Em Portugal, nenhum Coliseu foi construído durante a ocupação romana, mas nem por isso deixamos de ter um passado sangrento na glorificação da dor animal como divertimento.
Ainda hoje, no momento em que nos consideramos modernos, a barbárie ainda não terminou, nem foi alcançada a paridade social e intelectual com os diferentes povos europeus, na medida que, ao contrário da tendência nos outros povos europeus, alguns portugueses continuam – escudando-se no argumento de ser uma “tradição” – a trazer a vergonha ao País. Seja em tentativas de recordes do “Guiness” em largadas de touros, ou nos milhões de Euros gastos em recuperações de “Campos Enormes” de dor animal, espaços cuja génese é em tudo semelhante à do Coliseu romano, pois o material que cobre o piso das arenas das praças de touros continua a ser o mesmo outrora utilizado no edifício erguido há quase 2.000 anos pelas ordens de Vespasiano. Apesar de todos os avanços tecnológicos, a areia continua a ser a forma mais rápida de esconder o sangue caído no solo e nas mãos de quem defende o seu derramamento…
Quando seremos verdadeiramente modernos?

Este é um excerto do texto, que inclui algumas adaptações, escrito para uma das edições de «O Zoófilo», que tinha como título «Ontem e hoje como sempre».

Jorge Vicente, jornalista e sócio n.º4 da UPPA

2 comentários:

  1. O teu blog continua a ser um exemplo da verdadeira paixão pelos animais.. =D

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  2. Obrigada pela visita... apesar de ter menos tempo, tento manter o blog actualizado e útil! bjinhos

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AR aprova por unanimidade uma nova política de controlo das populações de animais errantes

Uma importante medida legislativa ( ver post abaixo) foi hoje, dia 25/2, aprovada na AR por unanimidade. Destacamos do texto aprovado: - que o Governo seja activo na promoção de uma política de não abate, reforçando a fiscalização e licenciamento dos centros de recolha oficiais, prevendo meios para a sua capacitação em termos de condições de alojamento e tratamentos médico-veterinários, promovendo a esterilização dos animais errantes recolhidos como método eficaz do controlo das populações, em especial dos não reclamados nos prazos legais. - que os animais a cargo de associações de protecção dos animais ou de detentores em incapacidade económica possam aceder a tratamentos médico-veterinários, nomeadamente a prática de esterilização, a preços simbólicos, nos centros de recolha oficiais. - o lançamento de campanhas de sensibilização contra o abandono dos animais e de promoção da adopção responsável, além da correcção das falhas existentes ao nível dos sistemas de registo dos animais, como é o caso do SICAFE, e a adequada articulação entre as bases de dados existentes. - a promoção de programas RED (Recolha, Esterilização e Devolução) em colónias de animais de rua estabilizadas, instituindo-se o conceito de “cão ou gato comunitário” que garanta a protecção legal dos animais que são cuidados num espaço ou numa via pública limitada cuja guarda, detenção, alimentação e cuidados médico-veterinários são assegurados por uma parte de uma comunidade local de moradores. Cabe-nos a nós, amigos e protectores dos animais, desencadear acções eficazes, particularmente a nivel concelhio, para que esta legislação aprovada não fique letra morta. Nada se fará sem a nossa mobilização e empenhamento. Hoje, no entanto, podemos regozijar-nos e relaxar um pouco para acumular forças para as próximas batalhas. Obrigado BE , obrigado a todos os Partidos da AR! fonte:campanhaesterilizacaoanimais http://campanhaesterilizacaoanimal.wordpress.com/2011/02/25/ar-aprova-por-unanimidade-uma-nova-politica-de-controlo-das-populacoes-de-animais-errantes/

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